Olá, pessoas! Tudo certo por aí?
Seguindo a ideia de trazer 1 conto por semana, continuamos com os meus
favoritos de Dublinenses.
Agora falaremos sobre o conto mais angustiante do livro! Representando a vida adulta, “Contrapartida” fala sobre as pressões, cobranças e frustrações que nos assolam.
Já falei sobre o segundo conto da obra, para ver, Clique aqui.
Já falei sobre o segundo conto da obra, para ver, Clique aqui.
Neste conto conhecemos
Farrington, um homem alto e forte que trabalha em um escritório e é cobrado furiosamente
por seu chefe para que faça uma
cópia de um contrato (lembrando que naquela época não existiam copiadoras e
este serviço era
feito à mão). Angustiado pela humilhação no trabalho, Farrington tenta enrolar seu
chefe e entrega as cópias faltando duas páginas. O chefe
explode e tenta humilhar ainda mais seu funcionário. E este, mesmo com o ódio
atravessado na garganta, responde com um tom de voz calmo, porém com palavras
certeiras. No final das contas, acaba por ter que pedir desculpas e sua humilhação só aumenta. Desesperado para
compensar seus desprazeres com injeções de prazeres imediatos, Farrington penhora seu
relógio para conseguir dinheiro e afogar suas frustrações no bar. Chegando lá, as
coisas só pioram e ele se vê ainda mais humilhado.
Farrington está preso em uma
vida que o sufoca, casado com uma mulher que “... o atazanava quando estava sóbrio e era
atazanada por ele quando estava bêbado.” Pai de cinco filhos, representa bem o papel de
adulto responsável, um homem que tem um emprego e o mantém a qualquer preço. É possível perceber como a
vivacidade da juventude já se apagou e, amargurado pelo simples fato
de ter que crescer a assumir responsabilidades, não está muito longe de
diversos homens que não se sentem confortáveis em sua própria vida e precisam
sustentar a imagem ideal aos olhos de nossa digníssima sociedade que separa
nossa consciência individual da consciência coletiva e acaba por estabelecer a segunda
como juíza de todas as vontades, a quem devemos desculpas por nossos desejos e a quem fazemos
um pacto Fáustico e trocamos nossa alma por sua aprovação.
Um homem derrotado por si mesmo que
resolve descontar sua fúria e fraqueza em alguém mais frágil do que ele. Um
covarde que termina sua saga espancando uma criança que poderia estar representando a si
mesmo. Sua doçura,
inocência e prazer de viver que foram esbofeteados pela própria vida e pela
sociedade em que todos nós vivemos.
Quarta-Feira que vem tem mais Um Conto por Semana!
Beijos Coloridos da Pit!
;)
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