quarta-feira, 26 de outubro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares - Quando o filme é melhor do que o livro!

Depois de encarar a leitura de “O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares” e vencer as perguntas que invadiam minha cabeça como: “O que eu estou fazendo?” “Por que ainda estou lendo isso?”, fiquei com a sensação de que tratava-se de uma ótima história e fiquei ansiosa para assistir ao filme que seria lançado na semana seguinte. 
Bem, o parágrafo acima parece meio confuso, mas vou me explicar.

O fato é que o livro tinha um super potencial, porém, foi mal desenvolvido, mal escrito e por vezes, debocha da nossa inteligência com frases de efeito profundamente bregas. Os personagens são superficiais e o desenvolvimento não envolve o leitor. Então, é claro que você vai perguntar o motivo para o sucesso do livro se ele parece ser tão fraco!
Minha resposta pode causar uma certa revolta, mas não posso deixar de dizer que com um mercado editorial encharcado e com as listas infinitas de livros para ler dos leitores vorazes, leituras superficiais com uma linguagem mais acessível e que fluem facilmente ganham o pódio de livros mais vendidos e fazem leitores de todo mundo se apaixonarem. É uma corrida contra o tempo onde se preza a quantidade de páginas lidas eliminando completamente a criticidade do que se estar lendo. O leitor acaba por eliminar a regra principal da suspensão da descrença em que nos diz que acreditaremos no impossível, mas não no improvável, facilitando o trabalho do autor que não precisa mais se dedicar por meses para construir uma história de fantasia com um mundo próprio, pautado do contexto em que ele se propõe. Ou de construir personagens em que podemos fechar os olhos e nos lembrar deles como se fossem reais. 
Outro motivo que atribuo ao sucesso desse livro é o envolvimento emocional que nos causa, nos remetendo diretamente à infância onde nos sentimos diferentes e acreditamos em monstros e fantasmas. Ou ainda, à adolescência onde o que nos salva é pensar que nossa esquisitice pode salvar o mundo.
Os amantes do gênero fantasia podem se sentir confusos com essa leitura, porque trata-se realmente de um ótimo tema que possuía uma possibilidade imensa de ser incrível! Mas talvez a inexperiência do autor, que entendo muito bem, pode ter sido determinante na história rasa que ele construiu. 
Se as coisas vão melhorando a partir do segundo livro não posso afirmar, porque não tenho nenhum interesse em lê-lo. 
Foi uma leitura bacana para o momento, já que estou em uma batida frenética de livros teóricos. Ler “O Orfanato da Senhorita Peregrine para Crianças Peculiares” foi como férias para a mente e cheguei a cogitar em ler o segundo em outro momento tenso como aquele. Porém, isso já passou! Sou uma leitora voraz com aquelas listas infinitas de livros a serem lidos. Mas no meu caso, não tenho pressa e nem valorizo mais a quantidade sobre a qualidade. Quero leituras que me desafiem! Livros que crescem comigo e que ficam melhores depois de envelhecerem na minha lembrança! E infelizmente “O Orfanato...” não é um livro desses. 
Assim, podemos falar sobre o filme que foi apedrejado pelos fãs do livro que amaldiçoaram Tim Burton e sua incrível sensibilidade em perceber que se o filme seguisse o caminho do livro, seria devastador! 
Acredito que Tim Burton enxergou a potencialidade da história, mas também enxergou a superficialidade dela. Optar por mesclar cenas macabras com cenas engraçadas, diante de crianças com poderes especiais, não teve o objetivo de agradar a adultos. Tim Burton construiu uma história para crianças/pré-adolescentes, diferentemente do livro que é destinado a jovens adultos. 
Falar que o filme é melhor do que o livro é só uma forma de dizer que é muito melhor mergulhar em uma história mal construída, mas com cenas prontas e fotograficamente bonitas, do que forçar a cabeça para imaginar o inimaginável, já que o autor não faz questão de que o leitor transforme palavras em imagens, elemento principal para que uma história me conquiste. 

Seguiremos em frete com isso, ok, amiguinhos?
Não vamos deixar que nossas diferenças nos impeça de argumentar e contra-argumentar a fim de refinarmos nossos pensamentos. 

Opiniões distintas constroem mentes pensantes!
Beijos Coloridos da Pit! 

4 comentários:

  1. Acredito que seu ponto de vista é válido, apesar de ainda eu não ter lido nem assistido ao filme. Foi uma ótima reflexão. Um abraço.

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  2. Ainda não li o livro e nem vi o filme, tenho muita vontade de ler o livro antes. Eu ouvi muita gente falando que o livro é melhor que o filme, mas gostei muito das suas colocações! <3

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    1. Hey, Natalí! Eu também ouvi muita gente achando o livro melhor. Mas curti demais o filme. Tem gente que diz que é um clássico de Sessão da Tarde, não vejo problemas quanto a isso!
      Beijos Coloridos e obrigada pela visita!

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