segunda-feira, 10 de abril de 2017

O Livro Paradidático como Ferramenta de Empoderamento #1

Olá, pessoas! Tudo certo por aí? 
Resolvi dividir com vocês o meu mais novo projeto pessoal e acadêmico. Estou estudando bastante sobre feminismo e sobre o povo afrodescendente, já que o tema do meu TCC tem tudo a ver com isso. Então, nada mais justo do que criar uma espécie de diário que guarde todos os grandes momentos desse momento que será muito especial em minha vida. 
Um mundo inteiro está se abrindo para mim! Já passei por várias fases ao encontrar esse mundo. Negação, vergonha, empatia, raiva, intolerância... Enfim, os sentimentos estão se acalmando e finalmente consigo encarar todas essas informações e me apropriar delas com humildade, porque sei que sou um ser inacabado e estou sempre em metamorfose. 
Não estão entendendo?
Bem, só posso adiantar que esse ano será repleto de leituras que evidenciem o poder da mulher, a resistência do povo afrodescendente, literatura infantil, educação, filosofia, psicologia e sociologia. 
Quer que eu explique melhor?
Então, vem!!!



Como escritora, sempre quis falar sobre e com a mulher. Decidi escrever um romance que protagonizasse as angústias femininas. Logo encontrei elementos no meu dia-a-dia e de minhas amigas que poderiam me inspirar para realizar este feito. Minha surpresa foi enorme, quando na investigação e estudos sociais que me ajudariam a escrever o romance, me deparei com situações, materiais e depoimentos que me fizeram perceber o quanto eu mesma era machista. Logo eu, que sempre lutei contra ele? Como isso era possível?
Aos poucos, fui entendo que certas concepções não nasceram comigo, foram estruturas sociais que foram vagarosamente incorporadas em mim. Estruturas que são reproduzidas e sustentadas pelo medo. Afinal, estamos sempre sendo avisadas sobre as consequências de usarmos uma roupa “ousada” demais. Ou alertadas sobre nossa postura e a possibilidade de perda da nossa “credibilidade”, ou ainda, a destruição de nossa reputação se não nos comportarmos como uma “mulher deve se comportar”. A figura masculina já nos é imposta como uma figura opressora e nós como seres subalternos e inferiores que passarão a vida inteira com medo de que o fato de sermos mulheres, possa nos colocar em risco ou nos privar de ter e ser o que desejarmos. 
Assim, nos privam de formarmos uma consciência crítica e autônoma até percebermos que ao sustentarmos esses medos, estamos também, sustentando e compartilhando o machismo.
Quando me dei conta disso, meu maior objetivo se tornou arrancar tudo aquilo de dentro de mim e descobrir quem eu realmente era. Comecei a estudar e fui entendendo que tudo fica mais complexo com a população feminina afrodescendente. Ao aprofundar meus estudos, crescia em mim uma dúvida que me inquietava: Se 52% da população mundial é mulher e os outros 48% são, em sua maioria, filhos de uma mulher, como pode o machismo ser tão forte em nossa sociedade? E ainda, em um país pluriétnico como o Brasil, como pode sermos tão racistas? É claro que tudo isso é sustentando por heranças culturais e pelo tal medo que mencionei acima, mas como romper com tudo isso?
Todas essas inquietações me fizeram avançar em minhas pesquisas e logo percebi que falta empoderar as mulheres e o povo negro e mostrar o valor de sua resistência. Ao me deparar com a Teoria da Reprodução de Pierre Bourdieu e Passeron vi a oportunidade de utilizar a escola como verdadeira transformadora da sociedade e acabar com sua função de reprodutora que sustenta a elite e exclui as minorias. 
Dessa forma, nasce meu objetivo que colaborar com a conscientização de educadores ao utilizar recursos e metodologias que promovam uma reflexão crítica sobre a construção social de hierarquia entre os sexos e ainda, sobre a importância da valorização da identidade afrodescendente possibilitando uma educação verdadeiramente democrática que respeite e celebre a igualdade nas diferenças.
Por muito tempo, o espaço escolar foi visto como um local de transmissão de saberes, mecanizando a educação, o que resultou em dada medida na formação de indivíduos despreparados para o convívio social em um país pluriétnico e multicultural como o Brasil. Tais despreparos, são alicerces para a sustentação da dominação que utiliza princípios biológicos para se estabelecer.
Nesse esquema, vale ressaltar que o exercício da dominação é orientado para um fim, ou seja, a manutenção do status quo. Quando a escola não reconhece a dominação como principal reguladora da sociedade, e que as ações pedagógicas tradicionais são pautadas por esse princípio, ela se coloca como uma reprodutora que não assume o compromisso de transformação social. O educador precisa entender que todos nós nos apropriamos de saberes historicamente construídos e que traduzimos esses saberes em nosso cotidiano, portanto, o espaço escolar precisa assumir-se como uma oportunidade onde diferenças e diversidades sejam vistas e incluídas no processo pedagógico de forma rica e respeitosa.
No caso brasileiro, o país está cultural e socialmente assentado na opressão, construído por um regime escravagista que mesmo abolido deixou estigmas em um amplo segmento da sociedade, demonstrando que a abolição da escravatura e o reconhecimento de direitos iguais previstos na Constituição de 1988 não asseguraram uma inserção satisfatória aos afrodescendentes. Soma-se ao problema o tema do gênero, pois se há uma subalternidade dos afrodescendentes, ela se complexifica quando se refere a mulher.

Esse foi apenas o início de tudo o que pretendo falar!
Em breve, eu volto!
Beijos Coloridos!!!





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