Enquanto a verificação limita-se à investigação da veracidade de alguma coisa, a avaliação envolve coleta, análise e síntese atribuindo valor ou qualidade a algum objeto. Usando alguma referência para esse processo, a avaliação é comparativa e resulta em um posicionamento positivo ou negativo.
No processo de aprendizagem, a avaliação é a atribuição de qualidade, sendo um processo mergulhado em valores e éticas que envolve interesses de um determinado grupo. Ou seja, avaliar, assim como qualquer prática educativa, é um ato político.
A avaliação não é apenas uma ferramenta que auxilia o processo de ensino/aprendizagem, ela é parte desse processo e não deve ser dissociada dele. Trata-se de um compromisso não apenas no que se refere à prática do aluno, mas também à prática do professor, da gestão e da comunidade. Uma avaliação descomprometida com a aprendizagem resulta em consequências desastrosas não apenas para o indivíduo, mas também para toda a sociedade, pois, sendo de caráter excludente, impossibilita a transformação da realidade de determinados grupos sociais.
Historicamente, a avaliação educacional foi associada a rituais com o objetivo de selecionar, disciplinar e controlar. Mas todos nós estamos constantemente avaliando e sendo avaliados, baseados nas experiências que temos no contexto social e no exercício de julgamento de comportamentos, atitudes, opiniões e conceitos. Essa avaliação possibilita uma visão mais ampla quanto a nossa atuação no contexto social. Servindo como parâmetro para aperfeiçoarmos nossas práticas sociais, nossas relações e nossas necessidades, aumentando nossa qualidade de vida.
Enfim, a avaliação é uma prática política, social e pedagógica. Não devendo ser utilizada como simples mecanismo de seleção, mas também como forma enxergar nossas fragilidades enquanto educadores, garantindo ao educando o reconhecimento de suas vulnerabilidades para que este possa ser agente principal na construção do seu conhecimento.
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